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Novembro 2016

FUSÃO

(Poema inspirado em esculturas de José Antonio de Lima)

  Catedrais espaciais e sonhos no travesseiro.

 

Sonos e mais sonhos da alma prisioneira transpondo barreiras,

preconceitos,

medos clandestinos,

dúvidas e angustias

na mística procura do caminho.

 

Liberta-se o movimento,

espelhos do passado sombreiam novos voos

e as asas das catedrais registram

os velhos sonhos da humanidade.

(Isabel Furini - Curitiba, PR)

A MEMÓRIA DO NILO

A lembrança do Nilo permanece

em nós
Trouxemos o rio-deus da África

para casa
O selamos em nossas almas
Por isso, quando de noite é quente

como deserto egípcio,
Nos refrescamos na cama 
E os lençóis azuis fazem ondas.

Nossos corpos espumam
Nossos poros se abrem em canais

fluviais...

Que a doce Mãe D'água que

pintaram de branca
Enegreça sempre mais as almas

de seus filhos de raça preta.

(D. Gabriel Tânatos - São Gonçalo, RJ)

ROMPEU A LIGAÇÃO

 

Rompeu a ligação e desobstruiu os interstícios

Às ribas produtivas do outro período

Não existe escuridões neste flúmen

Onde harmonizam melopeias de prímula

E adejos de tecidos confeccionados das lináceas 

resfolegam na ventana

Pesquisa-se no reentrante de amanheceres a pigmentações

Torna – se a inventar no protótipo das mariposas

Desamarra as angústias no estonteamento da cerração

é fragmentos de ventosidade

Esboçando as marchas em mastros desnudos

Interpreta sensibilidades

Na direcção sem intervalo

Onde as relações equidistantes cruzam-se reciprocamente.

(Ana Júlia Machado - Viena do Castelo, Portugal)

APRENDIZ

Sou aprendiz de poeta.

Escrevo coisas sem noção.

Não sei rimar como eles

Mas falo de coração.

Poesias tem que rimar?

Então eu tenho que aprender.

Vou escrever, escrever, escrever,

Enquanto vida eu viver.

Será que tem que rimar,

Ou usar a emoção?

Poetas, falam de amor,

Quase nunca usam a razão.

Vou falar sempre de amor,

De sentimento e ternura.

Vou exceder nas palavras,

No ápice da minha loucura.

(Virgina Vasconcelos, Niterói - RJ)

SINESTESIA

Quero os seus olhos profundos

minha essência procurando.

Quero sentir o seu cheiro

meus desejos despertando.

Quero ouvir os seus sussurros

aos meus ouvidos chegando.

Também quero a sua boca

minha saliva provando.

Quero as suas mãos loucas

por meu corpo deslizando.

Quero os nossos corpos colados

se tocando... se explorando...

Quero sentir o prazer

de ter você me amando...

 

... e quando nossas moléculas se fundirem

provaremos o néctar do amor

nos oferecendo, nos permitindo,

um ao outro, então, sentindo. 

 

O maná dos deuses

nós provaremos...

entrega plena...

relaxaremos.     

(Cida Micossi - Cubatão, SP)  

ViRA-LATAS


Nós, vira-latas,
A postos para o pôr do sol
Desenlatando latidos antigos, ancestrais
Para beberem conosco
Na vasilha da rua ou da vida.
Somos muitos e um só
Dentro de cada cão sem dono
Não buscamos algozes
Nem os farejamos
Só queremos roer nosso osso em paz
E ver o sol virar lua
O dia virar noite
E o cio virar prazer
Em namoro ou poesia.

(Marianne Stoklasa - Santa Luzia, MG)

Poesias são fragmentos da alma.

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Envie para: redacaosinestesia@gmail.com 

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