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Nós, da Sinestesia, expressamos nossos mais profundos sentimentos de gratidão à banda Mensageiros do Vento, por nos dar esta oportunidade ímpar de conhecer melhor um trabalho fantástico que está despontando, não só no país, como no exterior. Esta entrevista foi concedida por Fabrício Barreto, mentor do Projeto Anunnaki - Mensageiros do Vento.

Site: http://www.mensageirosdovento.com.br

Página no Facebook: https://www.facebook.com/mensageiros.vento

Inscreva-se no canal da banda, no YouTube: Mensageiros do Vento

04. O estilo da banda é bem atípico, sendo baiana e cantando (também) rock. Como vocês classificam seus fãs, aqueles que acompanham seus trabalhos?

 

            Pois é, assim como não temos um estilo muito bem definido dentro desse universo do Rock, nosso público também sempre foi muito heterogêneo… Já vimos gente de tudo quanto é tipo nos nossos shows, de várias faixas etárias e perfis completamente distintos. Chega a ser engraçado isso.

05. Todos estão comentando sobre a primeira ópera rock realizada em desenho animado no país e certamente, no mundo, a “Anunnaki”. Quem teve a ideia do projeto e como foi o processo de gravação das músicas?

        A idealização do projeto, roteiro do filme e composição das músicas são de autoria minha e do Fabio Shiva. Somos parceiros de composição desde a infância… rsrs. Gravar um álbum duplo com 28 músicas jamais pode ser algo simples, isso exige muito planejamento e cuidado. Começamos gravando uma pré-produção caseira, já mapeando todos os arranjos, à medida em que íamos compondo as músicas. Quando fomos para o estúdio, já tínhamos então uma base bem organizada para trabalhar. Depois de gravarmos os arranjos previstos, sempre tinha espaço para improvisos e idéias que surgiam no estúdio… Isso foi bem divertido. As gravações foram produzidas por Richard Meyer e tivemos a participação de vários músicos convidados, de diversos estilos diferentes, que somaram muito com seu brilho e talento para o resultado final.

06. O filme “Anunnaki” foi inspirado nas traduções das antigas tabuletas de argila da Suméria, que ficava na Mesopotâmia, berço da civilização humana. Como foi trabalhar com esse tema tão misterioso e enigmático?

 

        É um tema muito instigante, que mexeu imediatamente com nosso imaginário. Os desdobramentos de idéias que essa história traz em si são muito impactantes e revolucionários. O que traz muita aflição na pesquisa desse tema é que ele levanta uma quantidade gigantesca de questionamentos, mas nenhuma resposta definitiva para essas questões. É necessário manter a cabeça aberta às inúmeras possibilidades e não se apegar a nenhuma certeza, eu acho, para poder extrair o máximo de conteúdo que isso tudo pode trazer. No final das contas, creio que a desconstrução de muitas das nossas certezas culturais e científicas é o saldo mais valioso.

 

07. Vocês tinham algum conhecimento anterior sobre os Anunnaki?

 

        Tivemos uns dois anos de pesquisa antes de começar o trabalho. O projeto levou quatro anos para ser concluído… Então são cerca de seis anos travando contato com essa saga e mergulhando no assunto.

Artista em Foco

Dezembro 2016

     Último mês do ano.

     Última edição de 2016.

   Hora de apresentar uma banda super talentosa que mexerá com sua consciência. Um rock (por que não dizer, sinestésico?) que foge ao rótulo de rebelde sem causa. Escutar as músicas da "Mensageiros do Vento" é embalar a essência da alma com brisas diversas, cheias de sonoridades. Sincronize-se e deixe-se levar...

01. Como nasceu a banda Mensageiros do Vento? 

      

            A banda nasceu em 2007, comigo (Fabricio Barretto - voz e guitarra), com meu irmão Fabio Shiva (baixo) e com nosso primo Vinícius Esquivel (guitarra). Fomos encarar o desafio de fazer da música uma fonte de renda, então tocamos muito no circuito de bares e restaurantes de Salvador, além de tocarmos em festas particulares e eventos diversos. Iniciamos já com uma proposta inovadora na formação e no formato dos shows, pois sempre usamos projeções de vídeos sincronizados e diretamente ligados ao show da banda, além de não termos na época um baterista… Toda a parte rítmica era programada em computador. Nessa ocasião, lançamos o show “Rockstória do Brasil” que ia narrando através da música de cada década, o que acontecia no país a nível político, econômico e cultural; e o show “Canções para um Mundo Melhor”,  um bloco de músicas com temáticas ambientalistas e humanitárias.

 02. Desde o início, vocês estão com a mesma formação ou já houve alguma mudança? Poderiam nos apresentar os componentes da MV?

           

      Além de Vinícius Esquivel, já passaram pelos Mensageiros o baterista Dom Lula Nascimento (renomado baterista de jazz da velha guarda), J. Macário (bateria), Luciano Santedícola (guitarra), Dudel (bateria) e Tassio Bacelar (guitarra). Atualmente, temos a alegria de ter na banda o baterista Thiago Andrade - que apesar de ainda bem jovem, já tem um histórico de realizações muito impressionante na música, além de ser um verdadeiro virtuose da técnica e do feeling nas baquetas; e o guitarrista Julio Caldas - um dos mais incríveis multi-instrumentistas do Brasil. Gratidão e orgulho para mim e para o Fabio por tocarmos com esses caras!

03. É fácil conseguir apoio para fazer música no país?

           

           É extremamente complicado isso, ainda mais quando se trata de um estilo musical tão pouco em voga atualmente como o Rock. Mas nós temos sido realmente agraciados nesse aspecto desde o início da banda, pois já contamos com o apoio de várias empresas ligadas ou não à música. Atualmente temos o apoio do Athelier PHNX de luthieria, da Servdonto planos odontológicos, do Estúdio Massa Sonora e da Staner Audioamérica. Para o lançamento de ANUNNAKI - Mensageiros do Vento, contamos também com o apoio financeiro da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, através de edital do Fundo de Cultura.

08. Essa receptividade toda, essa energia positiva, a aceitação das pessoas em relação ao tema, às músicas e ao filme (o desenho), foi surpresa ou já era esperada uma reação de tamanha proporção, tendo em vista que o trabalho de vocês já está sendo exposto no exterior, em sites de várias nacionalidades?

 

      Nos já esperávamos sim, que o trabalho tivesse uma boa repercussão e causasse um impacto nas pessoas, graças tanto à força dessa temática quanto ao próprio cuidado e zelo que tivemos com a obra. Não foi à toa que investimos tanto de nós mesmos nesse processo… Mas a verdade é que, quando nos deparamos com essa receptividade tão bonita, com depoimentos e críticas tão bacanas, isso sempre nos pega de surpresa. É como se fosse algo totalmente inesperado e isso nos deixa eufóricos e motivados. Agradecemos muito por isso!

09. Conte-nos um pouco sobre os desenhos. Quem os fez e quanto tempo levou para que todos os vídeos estivessem prontos para publicação?

 

     As animações foram basicamente feitas por mim mesmo e foi um processo muito árduo de aprender, fazendo. Foram quatro anos de trabalho insano para dar conta disso. O roteiro do filme, eu e o Fabio fizemos simultaneamente à composição das músicas. Era necessário já ter em mente como seria cada cena para prever quanto tempo cada trecho de música deveria ter e como seria a abordagem emocional de cada canção. Tudo isso foi extremamente desafiador, mas muito gratificante.

10. Quando ouvimos as músicas, sentimos o envolvimento da banda através da emoção passada nas vozes. De que forma esse projeto impactou suas vidas?

       De várias maneiras, todas elas muito profundas. A primeira delas foi o impacto existencial que a história traz para quem  mergulha no tema, todas as reformulações de visão de mundo e tal… Depois veio o desafio artístico e intelectual de estar a altura dessa história e poder contá-la de maneira digna e bela. Por último, o desgaste enorme que a quantidade de trabalho exigiu. Fiquei feliz e grato por você ter falado da emoção contida nas vozes do disco, porque tem um episódio muito particular envolvido nisso. Quando estava chegando mais ou menos na metade do trabalho de animação do filme, tive um quadro de estafa e de estresse, graças ao ritmo super intenso do trabalho… Isso se apresentou no meu corpo através de uma paralisia das cordas vocais que me deixou completamente sem voz durante cinco meses. Apesar de todo acompanhamento médico e fonoaudiológico, não era possível saber se minha voz voltaria ou se eu poderia continuar cantando mesmo se ela voltasse. Foi tenso! Chegamos a cogitar chamar alguém para regravar tudo o que eu havia cantado e terminar o trabalho. Felizmente tudo certo no final! Quando ouço as músicas, realmente percebo que existe uma intensidade emotiva ali e até uma certa fragilidade nas vozes, que passaram a fazer parte da história.

11. Vocês leram alguma obra do Zecharia Sitchin antes de iniciar o projeto?

 

       Sim, o projeto foi basicamente inspirado em “O livro perdido de Enki”, que ao meu ver é o mais carismático e envolvente trabalho dele, apesar de ser também o mais especulativo (talvez pelos mesmos motivos). Também usamos muito “O 12º Planeta” e “Gênesis Revisitado”, assim como textos antigos que serviram de fonte para o  Sitchin, como o Livro de Enoque, os próprios textos da Bíblia e seus apócrifos.

 

12. A fama é algo fácil de se lidar?

 

           Quando eu descobrir, juro que te conto! Hahaha! Acho que o mais importante para quem trabalha com música ou com arte em geral, é tomar muito cuidado com as inúmeras armadilhas do ego e da vaidade. Isso além de nublar a visão e ser um tremendo obstáculo na caminhada existencial e espiritual, é algo que fragiliza muito emocionalmente e pode destruir um artista.  

13. Todo artista lida com críticas, uma hora na vida. Como vocês encaram os comentários que não são tão agradáveis, em relação ao trabalho da banda?

        Por enquanto o foco está em levar a Ópera-Rock para os palcos e disseminar o trabalho por onde pudermos. Tem muito pouco tempo que lançamos o Anunnaki, ainda é cedo para falarmos de novos trabalhos.

14. O futuro pode realmente mostrar os segredos do passado?

 

           Acredito muito no conhecimento e sabedoria dos povos antigos. Uma coisa que me impressiona muito é a visão cíclica do funcionamento do universo e como isso cria um movimento de ascensão e queda na consciência humana. Podemos ver isso retratado no calendário maia (que foi muito mal interpretado com essa coisa de fim do mundo em 2012), com os mapas astrológicos da Suméria e Egito, mas principalmente no calendário das eras (Yugas) da Índia; onde essa informação nos chega com muitos detalhes e riqueza. No livro “A Ciência Sagrada” (1894), Sri Yukteswar nos mostra por exemplo, que o momento mais baixo da consciência humana (no ápice da Kali Yuga) se deu na Idade Média - a era das trevas - e como quase todo o conhecimento ancestral estava previsto para se perder até esse momento. Mostra também como no momento em que estamos agora, na transição da Kali Yuga para a Dwapara Yuga, começaríamos a compreender energias mais sutis, a ilusão da distância iria aos poucos se dissipar e poderíamos nos comunicar instantaneamente, quase como telepatia. Então acredito sim, que o futuro sempre reflete um passado distante, que o tempo agora é nosso aliado e que nosso caminho adiante é de ascensão, mesmo que estejamos sofrendo agora as dores da mudança.

(Para assistir ao vídeo, pause o player do site)

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