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Rachel Furtado

Um exemplo de superação e fé

 

Nossa entrevistada de outubro é uma mulher forte, guerreira, cheia de coragem, fé e determinação. Alguém que aprendeu a erguer-se diante dos obstáculos e supera-los. Vamos conhecer sua história de vida e ver como essa mulher linda e inteligente, decidiu ajudar outras pessoas usando todo o seu potencial para que todos possam – como ela – superar as dificuldades e ser um(a) vencedor(a). Rachel Furtado, além da Medicina, também exerce entre outras atividades, a de Leader Coach.

Artista em Foco

                      Outubro 2016

1. Rachel, seu sonho de criança era ser médica mesmo?

 

    Não. Meu sonho de criança era ser jornalista. Minha paixão pelas palavras começou cedo. Aos 4 anos de idade eu já queria aprender a ler e escrever e sempre amei falar. Na vida escolar, tinha uma forte inclinação por disciplina como redação, português e idiomas, em geral. A ideia da medicina veio quando entrei em uma escola, no segundo ano do ensino médio, que supervalorizava os alunos que queriam fazer medicina. Lá tinha um laboratório incrível de biologia que me conquistou. Além disso, meus referenciais – pais e professores- costumavam me desestimular da carreira de jornalista, dada às dificuldades do mercado de trabalho. Então, comecei a me sentir atraída pela medicina, principalmente pela ideia de ajudar as pessoas. Hoje eu sei que essa escolha passou totalmente pela minha história familiar e o papel que eu ocupava na minha família de origem. O de “salvadora”.

 

2. Você é uma pessoa determinada. Isso faz parte da sua personalidade ou você precisou desenvolver esse espírito determinado e ousado?

 

    Pelo que ouço dos meus pais e pelo que lembro da minha infância, eu acredito que a determinação faz parte da minha personalidade. Digo isso com humildade, mas sem falsa modéstia. Desde pequena, eu batalhei muito pelos meus objetivos. Lembro que na classe de alfabetização eu queria ser oradora da turma, na cerimônia de formatura. A professora fez uma seleção e eu fui a escolhida. É claro que as experiências que tive na vida contribuíram muito para que a ousadia fosse mais desenvolvida. Eu acredito que isso nasce dentro de todos nós. Dependendo do estímulo que recebemos enquanto crianças e do nosso posicionamento diante das dificuldades, seremos mais ou menos determinados.

3. Como você definiria sua essência?

    Minha essência é a de viver no meio de pessoas! Eu amo falar, interagir, conversar, ouvir as pessoas e analisar as diferentes personalidades e comportamentos para ajudar no desenvolvimento alheio. Um dia ainda farei faculdade de psicologia (risos)! Sobre essência, eu tenho a crença de que ela está associada ao nosso propósito de vida, o motivo pelo qual cada um de nós está aqui. A essência é o desejo que arde no nosso coração e que é expressada pelos nossos dons e talentos. É por isso que cada ser humano é um universo particular, único no mundo. Não existe nenhum outro ser igual a você. Só você. Nessa diversidade está a grande oportunidade de crescimento. Maravilhoso isso, não?

4. De que forma a fé atua na sua vida? Você acha que é importante ter fé para conquistar algo ou tudo faz parte de um destino pré-determinado?

 

​    Sem dúvidas, a fé é fundamental para tudo. Tudo mesmo. A fé é a certeza das coisas que ainda não podemos ver. Sou cristã e leio a bíblia, mas confesso que até bem pouco tempo eu não tinha o entendimento de fé que tenho hoje. O câncer me levou a buscar de forma sedenta meios para que eu tivesse uma fé inabalável. Tenho estudado muito sobre a física quântica e fico cada vez mais apaixonada por ela, pois, para cabeças inflexivelmente científicas como a minha já foi um dia, percebo que ciência e fé não se opõem. Elas se complementam de uma forma incrivelmente perfeita. Na minha opinião, colocar a responsabilidade dos acontecimentos no destino é uma forma de se vitimizar e de se eximir daquilo que nos cabe.

5. Como médica você cuidou de muitos pacientes. Um dia, você trocou de lugar tornando-se paciente, tendo médicos cuidando de você. Como você lidou com isso?

     O câncer é assustador. E me assustou demais nos momentos iniciais. Mas eu não me senti desconfortável na posição de paciente, pois tive a humildade de me submeter às orientações dos oncologistas. Inclusive, eu pedia a eles que me tratassem como se eu não fosse médica, para que não fizessem suposições de que eu saberia de tudo. Até porque, eu não sabia de tudo mesmo. A medicina é muito vasta e só vi oncologia na faculdade. Apesar de afirmarem que os médicos são os piores pacientes, acho que fui disciplinada.

6. Você não acredita em acaso. Tudo realmente tem um “por que” na vida?

    Com certeza! Tudo tem um “por que”, mas as pessoas sofrem em vão na busca desse “por que”. Nem sempre vamos saber o porquê, e, de fato, isso pouco importa. A pergunta que me faço em todas as situações é “para que?”. Creio que sempre temos algo a aprender com as dificuldades, erros e, principalmente, com as doenças. E encontrar o “para que”, não somente é possível, como é também muito construtivo. Há pessoas que me escrevem pedindo ajuda e relatam que a mesma situação se repete constantemente com elas. Quando eu as pergunto o que têm aprendido e o que precisa ser mudado dentro delas para que a circunstância não se repita, pouquíssimas sabem responder.

7. Dias antes do seu casamento, você recebeu um diagnóstico a respeito de sua saúde. Poderia nos contar sua história?

    Em outubro de 2014, a exatos 2 meses de realizar o sonho de me casar, recebi o sombrio diagnóstico de câncer. Tratava-se de um tipo bastante raro, de localização difícil e já disseminado para linfonodos. Na minha condição de ser humano, entrei em desespero e tive medo de morrer precocemente. Senti raiva também, afinal, que noiva quer ficar careca e debilitada no momento em que tudo gira em torno da realização desse sonho? Depois de três dias chorando incessantemente, fiquei esgotada e decidi mudar o rumo dessa história. Arregacei as mangas e comecei a pesquisar tudo o que pudesse favorecer a mim e prejudicar o câncer. Decidi assumir a responsabilidade, junto aos médicos que me acompanhavam, pela minha cura. A minha parte não seria apenas me submeter aos exames, consultas e propostas terapêuticas, mas também encontrar meios de fazer minha mente potencializar o tratamento. Com isso, os resultados positivos começaram a vir. Casei com a prótese capilar, porque queria muito usar véu. Depois disso, rendi-me ao calor e assumi a careca sem preconceitos. E, de coração, confesso que curti. O que não significa que prefiro estar careca a ter meus longos fios. Apenas consegui apreciar o momento sem auto piedade e murmuração.

8. As pessoas diagnosticadas com câncer, em sua grande maioria, ficam muito abatidas. Diante de um tratamento ficam frágeis, enfraquecem na fé, limitam-se demais. De que forma uma pessoa portadora de uma doença mais complexa, ou mesmo quem não está doente, está vivendo um momento difícil na vida, na família, etc. pode se fortalecer e enfrentar essa situação sem se deixar vencer?

    Há muitas atitudes que podem ser tomadas diante do câncer ou de quaisquer outras dificuldades para reagir saudavelmente. O começo de tudo está sempre na nossa mente. A mente comanda nosso corpo e se ela não for um campo fértil de bons pensamentos, fatalmente o corpo perecerá. É simples, mas nem sempre é fácil. Conheço pessoas que passaram por problemas graves na vida e que se abatem facilmente, estão sempre reclamando e desesperançosas. Mas também conheço pessoas com histórias tristes, mas que são gratas e enxergam uma oportunidade em cada dificuldade. A diferença está na programação mental de cada uma. Daí veio a ideia do nome da minha página. NovaMente – um recomeço precisa ser com uma nova mentalidade para ser realmente diferente.

9. Você disponibilizou na internet um e-book gratuito chamado "COMO DAR UM SIGNIFICADO POSITIVO PARA O CÂNCER". Qual o feedback que você está recebendo com esse e-book?

    Estou muito entusiasmada com o e-book. Até agora, só recebi feedbacks positivos. Os leitores me escrevem agradecendo e alguns compartilham algo empolgante comigo. Uma senhora me contou que, após terminar a leitura, sentiu-se animada para dar um passeio na rua, pois desde que havia recebido o diagnóstico de câncer, não saía da cama. Ao ler mensagens como essa, chego a ficar arrepiada! É minha missão de vida sendo cumprida.

10.  Você tem também um canal no YouTube. Como ele funciona e que tipo de conteúdo você disponibiliza?

    Eu costumo postar vídeos que estimulem o autoconhecimento, que abordem questões que geram sofrimento e fazem com que as pessoas desistam de seus sonhos. Procuro sempre levar uma dica ou uma técnica para que as pessoas possam praticar. Confesso que ainda não me sinto muito confortável diante da câmera. Prefiro olhar nos olhos do interlocutor ou ver os rostinhos da plateia, por que, como já disse, gosto da interação. Mas é inegável que os vídeos são uma ferramenta com um poder de alcance fantástico.

11. Você afirma em seu site que “apesar de não ser terapia, o processo de Coaching muitas vezes revela-se terapêutico”. Poderia explicar isso melhor para nossos leitores?

    Na psicoterapia, o foco é o passado. O psicólogo voltará o tratamento para a histórias já vivida pelo seu cliente, com vistas a tratar traumas, dores emocionais, etc. No coaching, o foco é o futuro. O Coach ajuda o Coachee (cliente) a planejar e a estruturar um sonho, uma meta. No entanto, o coaching também funciona como uma ferramenta poderosa de autoconhecimento. Em um processo bem feito, o cliente descobre seus principais valores, as crenças que limitam seu crescimento, suas forças e fraquezas e muito mais. O coaching ensina a aprender.

12. Como a atitude de ser grato pode modificar a qualidade de vida de uma pessoa?

    De muitas formas, mas eu diria que a principal delas é que a gratidão é um antídoto para a ansiedade, o mal do século. Quem não deseja ser menos ansioso? Quando somos gratos pelo que somos e pelo que temos, fixamos nossa mente no presente, em vez de deixa-la à deriva temendo o futuro. Todas as vezes que tenho medo do que pode me acontecer, rapidamente eu começo a agradecer. Agradeço pelo ar que respiro, pela luz que penetra meus olhos, pela roupa que visto, pela minha casa, pelos meus cabelos espetadinhos, pela vida do meu marido.... Quando percebo, estou listando tantas coisas que o medo já foi embora.

13. Hoje, você é símbolo de superação, de conquista e vitória. Como se sente em relação a isso?

    Eu me sinto honrada, mas reconheço que é Deus que me capacita. Sem a força que vem Dele, eu não seria referência de superação. Até porque, nem sempre fui assim. Já me abati e desanimei por muito menos. Apenas quando me posicionei diante de Deus, o gigante que estava adormecido em mim acordou.

14. Como você vê a situação da mulher como palestrante, atualmente, em nosso país?

    Eu não sei se há sexismo em relação à mulher palestrante no Brasil. Se há, também não quero nem tomar conhecimento. Nunca pesquisei, mas talvez haja um número maior de homens nessa área de atuação. Acredito que há espaço para todos que fazem seu trabalho com excelência. Basta persistir.

15. Fique livre para acrescentar qualquer conteúdo que ache relevante sobre o que você faz, etc.

    Quero deixar uma mensagem para todas as pessoas que têm ou tiveram câncer e para quem nunca teve e não quer ter a doença: perdoem a si mesmos e aos outros. A mágoa e o ressentimento são as sementes para a geração de todas espécie de tumor. O perdão liberta, cura e previne doenças.

     

 

 

 

      Você também pode superar as dificuldades que surgem em sua vida. Assim como Rachel, se você tem uma história de superação, entre em contato conosco e nos conte. Se esta entrevista tocou você, envie-nos um e-mail ou entre em contato com a entrevistada:

Site: http://www.rachelfurtado.com

E-mail: contato@rachelfurtado.com

Página no Face: NovaMente

YouTube: Rachel Furtado

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