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Versos de Versos [Junho]

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Poesias são fragmentos da alma dos que as escrevem. Aceite o convite para conhecer alguns.

Trovador misterioso (Para Leo Moura)

 

Voz doçura

Voz de  mistério

Chegastes

 nos primeiros dias de um ano incerto

 

Ficastes  perto!

Ficastes Presente!

Ficastes Ausente!

Ficastes Distante!

Pergunto pois a ti

Rebelde trovador

desejas ficar?

Ou  queres partir?

 

Eis tu

Pássaro rebelde

De canto silencioso

Não revelas

O que existe na terra coração...

Apenas

Recuas,

E calas...

 

E quando questionado

Apenas ecoas: “O mundo é cá fora.”

Clêuma Alves

Jacobina - BA

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POLITITICA
 
Não vejo muita diferença
Entre um político de esquerda
Ou de direita, no Brasil,
Se a roubalheira é imensa
E para o país é a mesma perda,
Não importa de que lado o ladrão saiu!
 
Na verdade, o que me espanta
Nesse tal político “esperto”
É a cegueira espiritual
Na qual ele se encontra imerso,
Ignorando, decerto,
A lei maior do universo:
Para o bem ou para o mal,
Cada um colhe o que planta!
 
Tampouco vejo diferença
Entre o eleitor de direita
Ou de esquerda, no país,
Se só o que muda é a crença
E a nomenclatura da seita,
Mas é o mesmo fanatismo infeliz!
 
Pois na verdade, o que me assusta
Nessa inconsequente rinha
Que acontece hoje em dia
É a desunião que mais custa:
Nessa briga entre mortadela e coxinha
Só quem ganha é o dono da padaria!
 
Chega de ter político de estimação!
Chega de tolerar essa descaração do ladrão!
Chega de brigar cidadão com cidadão!
Vamos nos unir, irmãos, para banir a corrupção!
 
Por mais que tenha sido repetido,
O velho refrão ainda faz sentido:
“O povo, desunido, continuará oprimido!
O povo, unido, jamais será vencido!”
 
Fabio Shiva

Salvador - BA

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LUZ, CÂMERA, AÇÃO

Não é filmagem, não.
Apenas escrevo, um poema, narração
De quem quis ser tudo na vida,
mas amargou solidão

Sonhou muito com tudo
LUZ, CÂMERA, AÇÃO
Ser cantor, compositor, escritor,
poeta, ator e diretor

Veio irromper o mundo
fora de sua cidade
Só se esqueceu de uma coisa
disciplina e humildade

Mas seu sonho não havia acabado
Se fez algum papel vida
Entrou mudo e saiu calado
Não convenceu, foi deixado de lado

Doce máquina do secesso
Só lembranças do tentar
Se foi o cartaz de ontem
Nem isso tem pra lembrar

Hoje seus holofotes brilham
Como, luz de fase caída
por isso se consola nas noites
Com bares, farras, mulheres e bebidas

Só se tornou Menestrel,
das longas noites perdidas
Sem plateia, sem aplausos, sem glória
Foi protagonista de sua própria história.

Virgínia Vasconcelos

Rio de Janeiro - RJ

LAMENTO 

Quero deixar um pouco do meu " Eu " no papel,

antes que o tempo me apague. 
É muito difícil para mim,

coordenar o que tenho na mente,

com a caneta que tenho na mão. 
Mas eu tento, e lamento. 

Lamento o tempo cedido. 
Os poemas não escritos. 
O amor não correspondido. 
Os versos perdidos. 

Lamento o beijo não dado. 
O amor abortado. 
O sexo castrado. 
A frase não dita. 

Lamento o não recomeço. 
O medo que sinto. 
A confiança perdida. 
O respeito que se foi. 

Lamento o vazio deixado. 
A alma doída. 
A raiva contida. 
O corpo doado. 

Lamento a minha solidão. 
A sua aparente solidez. 
O nada que restou. 
A solidão de nós dois. 

Lamento o meu lamento. 

Uly Riber

Niterói - RJ (morando em Natal, RN)

Ciranda 

 

 

Caiu uma parte da lua, disse o menino de olhos tristes
Os olhos do céu perderam um tanto do brilho, 
A três quadras daqui nasceu um guri, minguado feito beija-flor, 
A mãe pôs o nome de Sereno, mas já há uma chamada Bruma, 
Sendo eu escolhia Maria, é tão simples quanto um beijo de amor 
Quanta ausência de sol no trato da vida, 
Criança deveria ser isenta de dor
Por que os meus olhos choram ao desenhar os olhos delas? 
A água da chuva adormeceu na madrugada, 
A folha da arvore morta se pendurou no varal, 
As crianças cantam cantigas de rodas, cantigas antigas, 
Onde será que aprenderam? 
Será que o mundo deu volta atrás? 
Foi Deus que as ensinou a rimar?
A alegria entre elas é erva daninha, cresce rápida

e se espalha no meio do cercado,

mas dão flores cheirosas de almas remotas.
Cheiro de xixi e sorriso infantil
Que mundo encantado é esse no meio da minha rua? 
Um menino vermelho num corcel dourado, 
Um menino sem sombra no cavalo alaranjado, 
Uma tem cabeça de cristal e brinco de perolas, 
O outro faz violinos de papel, e toca com varas marmelo, 
Pretendo dormir um mês, todos os trintas dias de uma só vez, 
O que será que mudará no mundo? 
As crianças perderão os seus sonhos?
Vou prestar a atenção nos sonhos que tenho, uma penca deles 
Cortar os cachos da aurora e abrir a caixa de Pandora, 
O meu coração é pequeno não maior que uma ameixa, mas cabe tantas coisas dentro, quando brinco de dizer tudo flui
Vou aproveitar enquanto durmo para desviar dos pingos da chuva

e jogar as pipas ao vento
Quem sabe se no sonho eu volto a o ser menino que nunca fui...

Charles Burck

Rio de Janeiro - RJ

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Quando as noites se calam

Quando as noites se calam
e os dias também reproduzem o seu silêncio, 
eu me pergunto onde estou
e para onde foram as partes de mim
que parecem ter feito uma viagem tão longa, 
sem um aviso ou recado depositado sobre o alpendre
e nenhuma orientação de para onde eu deva seguir.
Eu quase posso ouvir o sussurro das estrelas calmas
confortadas pelo sustento da sua existência, 
quando se angustiam lágrimas nos meus lagares internos, 
como o destilado solitário e isolado
em seu estado de apuro.
Meus versos estão diferentes.
Mas o sentir em mim ainda se incomoda, muito!

Jacqueline Collodo Gomes

São Paulo - SP

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