
Litteraria
15ª FLIP - Paraty
Homenageado: Escritor Lima Barreto
Paraty, de todas as tribos, de todas as cores, de todos os sabores,
de todas as gentes do mundo todo
que por ti morrem de amores...
De 26 a 30 de julho de 2017, realizou-se a 15ª Festa Literária Internacional de Paraty, a tradicional FLIP. Iniciada em 2003, essa festa incrível acontece anualmente e é considerada um dos principais festivais literários do Brasil e da América do Sul.
É! Não é pouca coisa, não!
Quem já teve oportunidade de participar, encanta-se e jura a si mesmo não perder mais nenhuma.
O Festival consiste de palestras, discussões, oficinas literárias e o evento alcança até as crianças (Flipinha).
A cada ano, um escritor é homenageado pelo festival. Em 2017, o escolhido foi Lima Barreto, escritor nascido em 1881 e falecido em 1922 com apenas 41 anos, autor do romance "O triste fim de Policarpo Quaresma", "Clara dos Anjos", entre outros.
Affonso de Henriques de Lima Barreto era alcóolatra, tendo sido internado pela primeira vez em um hospício em agosto de 1914. Em 25 de dezembro de 1919, o escritor foi internado pela segunda vez.
Em pleno ano de 1914, intelectuais negros eram retratados como brancos. Em meio à esse cenário, Lima Barreto era uma voz combativa: " “A capacidade mental do negro é medida a priori, a do branco a posteriori”, "Diário" - 1904.
Neto de escravos, com pais livres (sua mãe Amália Augusta, era escrava liberta; seu pai, João Henrique, era tipógrafo e era "neurastênico"), o escritor - nascido no dia 13 de maio (sete anos depois da promulgação da Lei Áurea que poria fim à escravidão), produziu sua obra mais como uma autobiografia, pois foi centraliza em suas próprias experiências. Sempre fazendo críticas sociais e políticas, sua obra tornou-se objeto de estudo de intelectuais de referência.
A curadora da FLIP 2017, Joselia Aguiar, afirmou:
"Por muito tempo Lima Barreto ficou na ‘aba’ de literatura social, e sua obra e trajetória possibilitaram muitos debates sobre a sociedade brasileira. O que eu gostaria, mesmo, é que a Flip contribuísse para revelar o grande autor que ele é. Para além das questões importantíssimas sobre o país que ajuda a levantar, tem uma expressão literária inventiva e interessante, à frente de sua época em termos formais, capaz de inspirar toda uma linhagem da literatura em língua portuguesa".
O que chamou atenção nessa edição foi uma presença maior de mulheres e negros, tendo em vista críticas realizadas às edições anteriores. Na verdade, o trabalho literário de 120 mulheres negras foi lançado na Flip 2017.
Foi colocado um enorme telão, possibilitando ao público assistir todos os debates literários realizados dentro da Igreja Matriz. Uma das frases mais marcantes foi:
“Se Lima Barreto aqui estivesse, também estaria aqui gritando ‘Fora, Temer”
- Ator Lázaro Ramos -
Paraty recebeu, durante o evento, aproximadamente a visita de 20 mil pessoas, vindas de todas as partes do Brasil e do mundo.
Um momento emocionante foi quando a aposentada Diva Guimarães pediu a palavra e "divou":
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Editora e escritora Cláudia Farias na FLIP 2017
[04/08/2017]
Cláudia Farias