

Dezembro 2016
DUARTE PACHECO - O POSSÍVEL DESCOBRIDOR DO BRASIL
Oficialmente o Brasil foi descoberto em 22 de Abril de 1500 por uma esquadra portuguesa comandada por Pedro Álvares Cabral. Séculos mais tarde foram descobertos diversos arquivos e documentos da época em Lisboa e Alhures, relatando que antes de Cabral, outro navegante pode ter visitado o Brasil. A descoberta de tais documentos podem dar outro olhar a história do país.
Uma coisa importante, a saber, é como se originou esse descobrimento anterior ao de Cabral e quem era esse navegante que seria o nosso “descobridor.”
Portugal contava com menos de um milhão e meio de habitantes, largamente ultrapassado por seus rivais de Castela, que ainda eram competidores na arte das navegações. Existia ainda a Inglaterra em grau menor e a França em larga escala a rivalidade na arte de conquistar novas ilhas e continentes. Nesse período, Portugal ainda contava com as ameaças de piratas e corsários que procuravam saquear as naus vindas desses continentes descobertos.
Consciente de que não poderia resistir aos golpes de reinos fortes como esses e as investidas dos corsários, o soberano de Aviz (dinastia que governava Portugal) começou a adotar em suas peregrinações atlânticas uma política de constante defesa: o segredo. O monarca português determinou que era ilícito publicar mapas ou relações de viagens para não derem aproveitado pelo público e cair em mãos estranhas. Esta regra foi imposta desde o alvorecer do século xv, quando o infante D. Henrique (1394-1460) começou a dirigir soberanamente toda a expansão marítima da marcha do comércio do reino, de seus ninhos feudais de sagre, escola naval de aprendizado, etc. D. João II, durante seu governo, seguiu as regras impostas pelo Infante. O Monarca D. Manuel I (1469-1521) sucessor de D. João II (1455-1495) obedeceu as regras adotadas até sua morte em 1521.
Esse silêncio imposto pela dinastia dos Aviz começo começou a lograr efeito mais na frente quando Cristóvão Colombo fez uma suposta descoberta de ilhas circunjacentes à China. O monarca Português respondeu que as terras achadas se locavam dentro dos próprios domínios dos Aviz, qual o Papa havia definido. Naquele século, o bispo de Roma tinha autoridade sobre qualquer monarca e, através de sua autoridade superior o papa tinha a palavra final em relação a qualquer assunto sobre o reino ao qual o monarca pertencia.
Valendo-se ainda desta regra de silêncio, em 1498, o soberano português D. Manuel encarregou o navegador militar Duarte Pacheco Pereira (1460-1533) de uma expedição secreta, organizada com o objetivo de reconhecer as zonas situadas para além das linhas de Tordesilhas, expedição que partindo do arquipélago de Cabo Verde, se acredita ter culminado com o “Descobrimento do Brasil”, em algum ponto da costa entre Maranhão e o Pará, entre os meses de Novembro e Dezembro deste mesmo ano. Dali, teria acompanhado a costa Norte, alcançando a foz do Rio Amazonas e a Ilha de Marajó.
Duarte Pacheco Pereira ( 1460-1533), em seu célebre livro De Situ Orbis, adianta o surpreendente acerto de que estivera no Brasil, por ordem do rei D. Manuel.
"Como no terceiro ano de vosso reinado do ano de Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde nos vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tam grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada. Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela. É achado nela muito e fino brasil com outras muitas cousas de que os navios nestes Reinos vem grandemente povoados."
Esse foi o primeiro roteiro de navegação português a mencionar a costa do Brasil e a abundância de Pau Brasil (Caesalpinia Echinata) nela existente e que futuramente seria motivo de guerra entre franceses que viram na planta motivo de riqueza seu país, passando dessa forma a fazer o contrabando e obrigando a coroa portuguesa a colonizar o Brasil e brigar pela terra de Vera Cruz, pois até então o Brasil era tido como terra pobre pelo monarca lusitano, pois nenhum metal de valia, nem diamantes, nem rubis, nem pérolas eram vistos nas terras disputada.
Depois de todo relato aqui mencionado, tudo converge para confirmar que Duarte Pacheco deveria ser considerado o “Descobridor do Brasil”, passando Pedro Álvares Cabral a possuir o mero título oficial de inventor. Mas todo esse documento encontrado em Portugal, devido ao fato dele ser escrito secretamente, pelo visto, não foi legitimado,pois ainda encontramos vários documentos com a afirmação de que foi o grande navegador Português, em viagem para as índias, Pedro Álvares Cabral (1467-1520) que encontrou a terra em que tudo se plantando se dá.
Rodrigo Bonioli


