
Chronica
Foto: Fernando Azevedo
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~ Viviane Santyago ~
Tempo, tempo, tempo...
Quando nasce uma mãe, morre o tempo.
O tempo de depilar as pernas, dar uma faxina, ler um romance, aquele filme, aquele lá, indicado a vários prêmios, o nome? Sei lá.
Na mente fica um tal de Lala lá. Lala land.
E as virilhas? Prefiro não comentar.
Não há horas que caibam na banheira cheia, na fralda cheia, na barriguinha... sempre cheia.
Faltam aqueles 15 minutos para pensar no nada, ou talvez na vida, em tudo que ainda a de se fazer com tão pouco tempo.
Vontade até temos de fazer um sexo gostoso, depravado e demorado, mas uma rapidinha, se der tempo, tá ótimo.
O relógio não para nem quando precisa-se chorar de dor nas costas, nos seios, na cabeça, na mente, nos olhos. Então, chora-se com o amor no colo. Claro, até que ele decida que o choro agora é outro. Então resta jogar o nosso ao chão para acalentar o dele.
Tem horas, (ou melhor, tem segundos, porque horas nem de sono temos mais) que dá uma vontade de ir pra longe, e culpada sou, de ir sozinha, mas o amor não deixa...
Portanto, fica- se.
De longe ouvimos uma música no rádio, aprendemos só o refrão, pois a letra completa, dá tempo não.
E mesmo com este dia de 24 minutos em que nós, mamães, vivemos.
Pode vir, vem dar uma olhada...
Ele tá limpinho, tá cheiroso e hidratado. Alimentado, “tá” amado, e nós? Correndo atrás do tempo. E caso não dê tempo de ler este texto inteiro, salva para depois, aliás, depois é palavra chave no dicionário de quem...
Depois termino, me faltou tempo.
[10/04/2017]