Olhando no espelho, vejo o que agora sou.

Não mais  traços de loucura, de juventude plena, mas há beleza.

Um corpo novo, que se acomodou em mim... não é como antes; não poderia, e nem seria tão bom assim. Se o fosse, afinal, carregou no ventre, por duas vezes, um novo ser; cresceu, se transformou, se tornou fábrica de leite quente e de estrias finas; hoje com amor, me olho ao espelho e gosto do que vejo.

Mais de 30, e me sinto ágil pra correr a casa inteira atrás do pequeno.

A mente funciona como nunca, capaz de escutar o choro, as dúvidas e medos da grandinha.
Por estes dias fiz novos projetos, revisei antigos e tomei coragem de apagar aquele que não deu certo; sorri com as mãos no bolso, mãos tão vazias quanto os bolsos, mas os planos, os sonhos... bem ali em frente ao espelho.

Eu gosto mesmo do que vejo: uma mãe, mulher,  grandes seios brancos e um infinito de grandes coisas a conquistar.