top of page

______________

______________

______________

______________

______________

______________

______________

______________

______________

Cláudia Farias

Vinte e Quatro Horas

Se você pensa que vai ler um texto sobre Jack Bauer, sinto muito. São devaneios sobre vinte e quatro horas, mas não as da vida de um agente americano. São devaneios que só os sonhadores entendem.
Me peguei imaginando como seria a vida de uma rainha no Egito. 

Seriam vinte e quatro horas enfadonhas? Entediantes? Terrivelmente monótonas? A que horas ela acordava?
Sem compromisso com trabalho, com louça, com filhos para mandar à escola; acho que acordava na hora em que bem quisesse. Afinal, o sono de beleza devia ser fundamental. Serviçais sempre à disposição, prontos para atender qualquer desejo, sem questionamento, sem confrontos, sem discordâncias. Sempre concordando: "Sim, minha Rainha!"
Escravos abanando no calor, aquecendo no inverno...todos eunucos.
Enfadonho! (?)
Horas arrastando-se, o sol movendo-se através do céu egípcio, aquecendo as águas do rio Nilo, crocodilos indo e vindo, eventualmente...
Finalmente, chega a hora do banho!
Sem shampoo, mas pelo menos, diz a história que as mulheres egípcias tomavam vários banhos por dia (nossa!), com massagens e óleos aromáticos, que ficavam impregnados na pele. Deviam ser mulheres cheirosas...diz a história também que uma das receitas egípcias para combater as rugas recomendava preparar uma pasta a base de leite, incenso, cera, azeite de oliva e esterco de gazela. Ah, certo... está explicada a necessidade de tanto banho e tanto óleo aromático!

Ao menos, tinham toalhas felpudas para se enxugarem?! Água quente, por favor!!
Sem internet, sem um notebook básico, um celular de última geração, com a playlist das músicas mais tocadas no Alto Egito, a rainha não experimentava nenhuma agitação, exceto as de praxe, quando morria alguém importante e era mumificado.
Sem livros, sem revistas da moda...a henna era a solução milagrosa para os cabelos brancos, afinal, rainha egípcia também envelhece, oras!
Em um dia mais metódico, magos e encantadores podiam ser convocados para ajudarem a passar o tempo.
Seria a senhora do Egito, a Rainha, uma mulher feliz?
Cleópatra não foi. Suicidou-se, picada por uma víbora! Essa foi de matar...
Ambiente cheio de intrigas, mistérios, traições...
Em seus aposentos, a rainha ainda aguentava o mau humor do marido, o senhor do Egito, o rei. Se fosse ciumento e cismasse com alguma coisa, mandaria cortarem-lhe a cabeça, para perguntar qualquer coisa depois. Pior que nem o lexotan existia...
É...talvez fossem vinte e quatro horas de sobrevivência e muita aventura; não foram raros os rompantes de paixões dessas rainhas, pois nem sempre o rei ocupado com tantas estratégias de guerra para manter o poder, tinha tempo de cuidar das necessidades da esposa.
Enquanto a noite era considerada apropriada para o descanso dos mortos, a rainha agia.
Afinal, ela ainda estava bem viva!
Até quando?
Só Rá sabia...

Copyright  ©2017| PORTAL SINESTESIA Todos os direitos reservados.
  • Facebook Social Icon
  • Instagram Social Icon
bottom of page